Chega de silêncio diante do silêncio dos outros também. Na minha frente não.

"Ele sentou ao meu lado, encostando, e disse que era pra provar que não queria brigar. Comecei a tremer – e a tentar disfarçar. Ele falou que não entrava em briga pra perder. Perguntei: "Você está me ameaçando?". Ele disse que não e acrescentou que se fosse o caso eu não teria chance de me defender.

Ninguém falou nada. Pelos 40 minutos seguintes, engoli o choro enquanto tremia. Fiquei duplamente arrasada. Pela agressão sofrida e pela falta de solidariedade – e também de sororidade.

Quantas vezes a gente passa por situações assim? Até quando? Quem serve de plateia pra piadinha imbecil? E por que essa plateia se cala? Ninguém quer briga, né? Se for no Face, ok. Ao vivo, melhor entrar pra turma do deixa disso.

Essa não é a minha turma, e as muitas perguntas rondam minha cabeça desde então.

De ação concreta, reportei o incidente à escola. Se vai acontecer alguma coisa? Não sei. Só sei que tenho certeza de que em todas as futuras vezes que uma merda dessas acontecer eu vou responder, argumentar, brigar se for preciso.

Chega de silêncio diante dessa falta de pudor de certos caras que acham que podem falar qualquer coisa, basta dar um risinho que tá tudo resolvido.

Chega de silêncio diante do silêncio dos outros também. Na minha frente não."


O machismo disfarçado naquela piadinha do WhatsApp
O machismo mora naquela piada sem graça que chega pelo WhatsApp e deixa o resto do grupo em silêncio, constrangido. Também mora em diálogos …
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